Cinco minutos e A viuvinha.


                 Na boa, como podem ser tão exagerados,   queridos, idolatrados, salve, salve, adolescentes! Na boa, cansei. Cansei de dizer da importância da leitura dos clássicos. E,  não é só importante para quem pretende prestar o ENEM ou a FUVEST. Ler os clássicos é compreender o passado. Como vocês são tão imediatistas, meus nobres adolescentes,  não acreditam que  conhecendo-se  bem o passado, pode-se construir  um futuro muito melhor. Há séculos, que nossos escritores vem  denunciando as mazelas da elite branca, os desmandos do coronelismo, crueldade da indústria da seca, as injustiças sociais. Através de enredos maravilhosos que nos transportam para a corte no tempo do Império  ou nos confins do Sertão. Por isso recomendo sim, os clássicos. É claro que na oitava série não dá para ler Dom Casmurro ou o Cortiço. Mas, Cinco minutos e A viuvinha, dá para ler, sim. Contos leves, CURTOS, água com açúcar como todos da escola romântica. Sei que vocês dirão que a leitura é cansativa, que há muitas descrições, palavras desconhecidas. Sei de tudo isso. Mas,  meus queridos alunos, pensem bem. Vocês acham que um "cara" que nasceu no século XIX, falaria “suave ae mano”? Ora, caiam na real. Vocês é que devem se adequar a forma como ele escreve, ele é que não pode psicografar com a linguagem  atual, só  para agradá-los. Façam mil favores, não é? Vocês é que devem se transportar para época do livro  e tentar compreender  qual a mensagem que o autor quer transmitir. Viajar na história. Quem já começou a leitura comentou que é absurdo o cara se atrasar cinco minutos, perder o bonde, pegar outro, encontrar nele  uma moça coberta dos pés à cabeça, inclusive o rosto, e se apaixonar perdidamente por ela. “Prô,  e se ela for zuada?”  É claro que para o jovem do século XXI isso é inadmissível. Mas,  perguntem-se, o que o narrador  personagem de Cinco minutos diria, se ficasse sabendo, que no século XXI, uma   garota pode  ficar  grávida em baile funk e  nem ao menos ficar sabendo quem é o pai? São essas comparações que tornam a leitura atraente. Vão meninos, vão. Superem o primeiro capítulo  e tenho certeza que  José de Alencar conquistará vocês, deem uma chance a ele, vocês não se arrependerão. Ah, lembrem-se, a leitura vale dois pontos na média. Tenho certeza que para muitos,  essa será a maior motivação. Esse negócio de dizer que leitura imposta faz com que se odeie ler, para mim é pura balela. Se eu não impuser, aí é que vocês não leem mesmo.  E se apenas um  de vocês, a partir dessa leitura, adquirir  o gosto, já me dou por satisfeita. Afinal, nem tudo é, exatamente como a gente quer.


Beijinhos, professora Isabel.

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