Na boa, eu posso elogiar a ação dos japoneses sem hipocrisia. Há quase vinte e cinco anos que recolho o lixo em minha sala de aula. Há quem diz que sou neurótica porque desprendo chicletes colados ao chão com espátula. Há mais de vinte e quatro anos que deixo carteiras arrumadas e limpas e o quadro negro apagado para o próximo colega que utilizará a sala mais tarde. Posso falar isso de boca cheia e posso admirar os japoneses, esses que conheço de longa data, quando trabalhei no Harmonia escola com mantenedores japoneses, houve um grupo que veio ao Brasil especialmente para varrer a avenida Paulista e lavar os banheiros da escola Harmonia. Falei da minha sala de aula na rede pública que estava precisando de uma pintura. E, eles prontamente se dispuseram a ajudar na pintura e o fizeram. São maravilhosos, ficaram apenas um final de semana aqui, limparam e voltaram ao Japão sem ao menos visitar nenhum cartão postal do Brasil. Eles fazem parte da ONG Zeladoria do planeta que acredita que o ser humano pode atingir um alto grau de "crescimento" através da limpeza. Felizmente, essa ideia não é uma prerrogativa japonesa, aprendi isso direitinho com meus pais.
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