Na boa, ser
professora, é também padecer no paraíso. Em 2005, ano em que proliferavam os
“Brunos”, era comum estes terem apelidos para assim facilitar a comunicação.
Tinha um Bruno, acredito que na 8ªC daquele ano, que aos quatorze anos, já media quase 1,80. Era
um verdadeiro aprendiz de deus ébano. Por suas características físicas, logo
foi apelidado de Shaquille O’neal e em um estalo, era só “Chaquila”, confesso que inclusive eu,
o tratava assim. Ele, na verdade, gostava.
Bem, chegou o primeiro
dia do segundo semestre, as garotas estavam todas alvoroçadas.
_ Próf. Próf. tem
aluno novo.
_ Ai. Quem ?
_E´o Jordan, próf.
Nesse exato momento,
entra outro aprendiz de deus ébano na
sala, tão ou mais alto que o Chaquila.
Tínhamos um Shaquille O’neal e agora teríamos um Michael Jordan. O garoto entrou todo envergonhado. Tudo bem,
adolescentes são assim mesmo, mais cedo ou mais tarde apelidam mesmo, mas logo no primeiro dia, achei que não caiu bem.
_ Gente, vamos
sentando vamos, que nem homenzinho, que nem mulherzinha, vamos, vamos...
E começo:
_ Gente! Que coisa
feia, o garoto mal pisa na escola e vocês já colocaram apelido nele? Tem dó,
né?
_ Mas, próf...
_ Quieta, Pat. Eu comecei, deixa-me terminar... coitado, nem se ambientou e blá, blá, blá...
Quando enfim, termino o sermão, resolvo me apresentar para o
garoto que todo tímido tentava sumir na carteira, como se isso fosse possível.
_ Eu sou a professora Isabel,
de português. Qual o seu nome, garoto?
_ É Jordan,
professora!
_ Ah, tá.


kkkkk eu lembro do dia que vc contou essa historia para gente professora...
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